Me lembro quando cheguei em Londrina e logo depois de começar as aulas fomos ao meu primeiro festival lá em 2017. Naquele ano, fiz aula com o Iramar sobre Dalcroze, o cara é o brabo dos brabo no assunto na educação musical.

Nessa segunda semana de julho Londrina recebeu o quadragésimo terceiro festival internacional de música. Esse ano, infelizmente o festival durou apenas uma semana, mas nem por isso foi menos importante ou intenso.
Na Oficina de choro desse ano, rolou muitas rodas vivências dentro e fora da grade oficial do curso, que foi ministrada pelos mestres Rogério e Gian:
Gian Correa (16 de maio de 1988) a partir de 2000, integrou o conjunto “Um a zero”, atuando como solista de cavaquinho. Viajou pelo Brasil no Clube do Choro de Brasília e no projeto “Instrumental Sesc Brasil” em São Paulo. Gravou o CD “Tributo a Esmeraldino” com o grupo, em homenagem ao compositor Esmeraldino Salles. Também fez parte dos grupos “Choro Moleque”, “Chorando as Pitangas” e “Ó do Borogodó”, este último na gravação do DVD “Nova Estação” com cantora Wanderléa. Colaborou em gravações de outros artistas como Dona Inah, Thiago França e Nelson Ayres. Participou do projeto “Panorama do choro paulistano contemporâneo”, que resultou em um disco lançado em 2011, e acompanhou diversos artistas em apresentações, incluindo Alessandro Penezzi, Zé da Velha e Silvério Pontes, Altamiro Carrilho, Toninho Ferragutti, Monarco, Nelson Sargento e Thiago França, entre outros. Também atuou como arranjador em várias produções musicais
Rogério Caetano (Goiânia, 26 de setembro de 1977) é um músico, violonista, arranjador, produtor musical e compositor brasileiro.
Bacharel em Composição pela Universidade de Brasília e Mestre em Música pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, é um premiado virtuose e referência do violão de 7 cordas. Com uma linguagem revolucionária, representa uma nova escola desse instrumento.
Possui um método destinado ao instrumento (Sete Cordas, Técnica e Estilo em parceria com Marco Pereira) e uma discografia com 11 álbuns. Foi premiado no Prêmio da Música Brasileira 2016 (Melhor Disco Instrumental e Melhor Grupo), premiado no IMA (Independent Music Awards) nos Estados Unidos em 2015 (best latin jazz álbum), e 2019 (best live performance álbum). Presente na lista dos melhores instrumentistas de 2015 pelo site Embrulhador. Premiado no Prêmio Profissionais da Música em 2017 (artista instrumental), 2018 e 2019 (música de rua com o Coletivo Choro na Rua), 2021 (Intérprete de Choro). Indicado ao Grammy Latino 2021 (Melhor Disco Instrumental).
Tem como parceiros em seus trabalhos Cristovão Bastos, Marco Pereira, Hamilton de Holanda, Daniel Santiago, Yamandu Costa, Celsinho Silva, Eduardo Neves, Luís Barcelos e Gian Correa.
Rogério vem difundindo sua arte no Brasil e Exterior realizando concertos e workshops em países como Alemanha, França, Itália, Espanha, Áustria, Portugal, Holanda, Bélgica, EUA, China, Índia, Israel, Turquia, África do Sul e Equador. Já gravou com Zeca Pagodinho, Beth Carvalho, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Nana Caymmi, Ivan Lins, Alcione, Dona Ivone Lara, Monarco, Zélia Duncan, Diogo Nogueira, Teresa Cristina, entre vários outros.
Toda oficina e festival que participo, sempre tem uma canção que marca. Em 2020 na oficina de Curitiba foi Lembrei do Ceará, do Marcelo Caldi. Esse ano, pra mim foi Um chorinho em cochabamba:
O Choro é uma roda. Assim como a capoeira, uma batalha de rap, uma ciranda ou um ritual religioso de qualquer natureza. Ou seja, um formato não hierarquizado na relação músico e espectador. Não há essas barreiras como no palco de um grande festival ou de um teatro, mas há papéis e lideranças ainda assim.
De qualquer forma, o choro é uma manifestação musical que pra mim tem sua razão de ser principalmente no momento em que estamos juntos, especialmente na era digital do efêmero e do virtual. Estarmos juntos pra fazer música em uma roda. Simples assim. Ancestral assim.