Como analisar Argumento pode te ajudar a estudar harmonia
Intro
Show de bola, essa é a aula 11 do curso Harmonia da canção Brasileira – HBC, você já tocou então o argumento do Paulinho da Viola,
se você não tocou, você vai voltar uma aula e tocar a aula de violão, mas você pode acompanhar a harmonia com qualquer instrumento.
É muito importante você voltar e tocar essa música, porque essa aula agora é de uma aula de análise, uma aula um pouquinho mais teórica mesmo, mas é importante mesmo tocar antes de fazer essa análise.
A Importância da Análise Musical
Com certeza, a análise te ajuda a melhorar na performance, a compor a partir de referências ou a reconhecer padrões entre diferentes composições, sejam de compositores do mesmo período, de épocas próximas ou até de períodos totalmente diferentes. A análise te torna um músico mais esclarecido. E principalmente, ela traz referências. A gente tá sempre ancorado nos ombros de gigantes, porque ninguém reinventa a roda do nada.
Primeiros Passos na Leitura de Partituras
A primeira coisa que você faz ao bater o olho numa partitura nova é: circular coisas importantes! Armadura de clave, andamento, métrica… Tudo isso já te dá uma noção do caráter da música. Antes de tocar ou analisar, é importante ter isso em mente. Faça esse tipo de prática: olhe bem as partes da partitura. Identifique a parte A, a parte B, veja onde tem retornelo e onde não tem. Leia as primeiras notas com os olhos e sua mente antes de tocar. Isso é muito legal.
Observação da Melodia e da Harmonia
Por exemplo, aqui tem uma anacruse na melodia. Também é legal saber sobre a melodia, mesmo que você esteja estudando a harmonia, porque a melodia faz parte disso, né? A melodia é uma parte da harmonia, e a harmonia dá uma roupinha pra melodia. Então, esteja sempre atento às notas da melodia. Olha só: a melodia começa com uma anacruse e vem num movimento descendente. E o dó? É o primeiro grau, né? Isso é muito interessante de notar.
Representação dos Acordes na Análise
Lembra daquela análise que a gente já fez no “Sampa”? Se você não viu, vai lá conferir! Quando olhamos pro primeiro grau, anotamos os acordes maiores com números romanos maiúsculos e os menores com números romanos minúsculos. Por exemplo, G7 é o quinto grau, o dominante do campo harmônico de C. Então, a gente anota: V com 7.
Agora, olha aqui nos compassos seguintes. Aparecem acordes como “A7”. E esse A7 não tá no campo harmônico de dó, né? Isso significa que ele é um dominante secundário. Ele funciona como um dominante de outra região do campo harmônico. A análise serve pra identificar isso. A gente vai anotando esses dominantes secundários, porque eles ajudam a entender como a harmonia se desenvolve.
Olha só o A7 de novo aí. O A7 já sabe, né? É o dominante do dois. Agora, pensa no D7 que é dominante de quem? Da dominante, né? Ele é o dominante do dominante primário do campo harmônico. Cinco com sétima. Que loucura, né? Essa “sequência” de dominantes pode acontecer em muitas músicas. Sequências de dominantes geram movimento, criam uma expectativa, apontam pra algum lugar.
Compreensão do Ritmo Harmônico
Lembra daquela troca de acordes que eu falei? Um tempo para cada acorde. Isso é o ritmo harmônico. Ritmo harmônico é como os acordes estão distribuídos no tempo, dentro do compasso. Alguns compassos têm muita troca de acordes, outros têm menos. Isso muda a densidade harmônica. Então, olha só: nesse trecho, os acordes mudam a cada tempo. É uma troca rápida.
Depois, a gente volta pro dominante primário do campo harmônico. Quem é? É o G7. Aí vem o V do ii, depois o ii, e assim vai. Esses ciclos de dominante são muito comuns na música tonal.
Parte B: A Transição Harmônica
Vamos lá para a parte B, segunda seção da música, né? A música toma a parte A e então a parte B. Isso também faz parte da análise, entendeu? Como se repete, né? Como está a forma musical, ela começa onde e vai até onde. Então vamos nessa pra parte B, se liga. Pega a caneta na mão, vem comigo.
Olha só, a parte B já começa com algo que você já conhece, né? Vem com A7/C#, com baixo em dó sustenido. Eu falei da importância dos baixos nesse gênero musical, né? O baixo vai conduzir a harmonia. O dó sustenido é o quê? Tá meio tom abaixo do que vem depois, né? Da tônica do acorde que vem depois, que é o Dm, né? Então começa a se ligar nessas pequenas coisas, né? Como há esse movimento em direção ao próximo acorde nesse caso aqui, né?
Olha só, então, A7 com baixo em dó sustenido. Tanto faz a inversão nesse caso, né? É claro que eu falei da importância dos baixos, mas a função continua a mesma, que é dominante de dois. Então, mesma coisa que a gente já viu na primeira parte, né? Mas mesmo assim, ele reforça de novo aqui na parte B. O Paulinho destaca que vai pro dois de novo. Dessa vez, a melodia começa ali em um, dois, na segunda parte do tema, né?
Então, olha só: cinco do dois, anota aí. Dois. E aí, o que vem depois? Um G7. O que é G7, lembra? G7 é dominante, né? Voltando pro primeiro grau, pra tônica. G7, como é dominante do primeiro grau, a gente precisa pôr barra um no cinco aqui, no cinco romano (V7), né? Porque tá subentendido que, quando a gente escreve um acorde com sétima, ele é dominante do tom. A gente tá falando de música tonal, né? Então tá subentendido isso.
Caminho pelo Quarto Grau
Agora, olha só. Chegamos no Gm. Sol menor faz parte do campo harmônico de dó maior? Não faz, né? Não faz, mas o Gm é dois de alguém, né? Assim como você tem que pensar rápido no cinco, você tem que ter um tempo de resposta rápido pro dois. Gm é dois de quem? Dois de fá, né? Fá maior. Então aqui, ele tá indicando que tá indo pra uma nova região do campo harmônico, que é o quarto grau (IV). Ele tá fazendo dois do quarto (ii/IV). Vamos ver o que vem depois.
É isso aí. Olha só o que vem. Vou trocar aqui a cor da canetinha porque a gente vai pra uma região diferente, que é a região do quarto grau. E é muito, muito comum mesmo, no choro e no samba, isso acontecer: você abrir pra região do quarto grau. Gm, dois com sétima (ii7). Dominante de quem? Do Fá, né? Do quarto grau. E aí, finalmente, o quarto grau. Maravilha, rapaziada, maravilha.
Ele fica mais um tempinho ali no quarto grau. Então, além de saber analisar quando vai pro quarto grau, é importante saber reconhecer esse som. Esse som é importante, o som desse acorde quando você tá num tom e vai pro quarto. E aí, tem uma parte que pode ser feita em algumas regravações dessa música, na introdução, que é a parte que começa no quarto grau. A parte que canta: Lara la laia laia laia, lara laia la laia, lara laia la laia (8).
Conclusão e Reflexão
Então é isso. Na análise, você percebe esses movimentos, essas nuances que fazem parte do choro e do samba. Eles abrem pra novas regiões do campo harmônico, como o quarto grau, e trazem acordes de aproximação, como o F#dim. Esses detalhes tornam a música rica e interessante. Continuem praticando, analisando e explorando essas ideias na música de vocês. Show de bola!
Essa música do Paulinho tem varias regravações, algumas delas estão em Dó maior,
outras delas estão em Ré maior. A gente viu a versão em Dó maior, então, o que eu quero que você faça agora?
Quero que você faça a transposição dessa música.
Eventualmente você vai tocar com algum cantor ou cantora que vai ter uma terssiatura de voz que para aquele tom pode não ser legal.
Então ela vai pedir para de repente você transporta uma música? Baixar um tom, subir um tom, um torneio. Então o que você vai fazer de tarefa?
Você vai pegar essa música do Paulinho da Viola que estava em Dó maior e vai transpor de tom para Ré maior, beleza?
O que que essa transposição então? Mudar do campo harmônico de Dó, para a Ré maior, não só o C.H., mas todas as relações dos outros acordes que não fazem parte desse campo harmônico também vão subir um tom? Ou seja, a música vai ficar um pouquinho mais aguda.
Então, seria muito legal se você pudesse gravar essa tarefa, tá?
Essas tarefas que eu passe pra você fazer mesmo, você falou com a câmera, mas eu tô imaginando você aqui enquanto ao lono fazendo tudo que eu tô pedindo. Então por favor, faça a tarefa aí, se possível, posta, me marca, seria massa demais.
Para eu saber que tem gente aí que tá assistindo e que tá aproveitando esse conteúdo.
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Fechou, galera, então, muito obrigado, na aula que vem, a gente continua na nossa jornada da Harmonia da Canção Brasileira, tamo junto.