Em 12 de novembro de 1942, no Rio de Janeiro, nasce Paulinho da viola, um dos maiores gênios da música popular brasileira. Nascido no berço do samba e do choro, é filho do violonista César Faria, que integrou o conjunto Época de Ouro, grupo de regional de choro fundado pelo bandolinista Jacob do Bandolim. Assim, Paulinho cresce em um contexto praticamente inevitável de desenvolvimento de um grande músico, em um ambiente musical que influenciou profundamente sua carreira.
Vida e Trajetória
A carreira de Paulinho começa no final da década de 1950, quando frequentava rodas de samba e blocos carnavalescos, como o bloco Foliões do Botafogo. No começo dos anos 1960, ele começa a frequentar a Portela, escola tradicional do Rio, e que foi fundamental pra sua formação musical. O compositor se destaca não só pelas suas criações, mas também como cantor e violonista.
O primeiro sucesso é de 1965, quando compõe com Hermínio Bello de Carvalho a “Dança da Solidão”. Paulinho participa ainda de projetos importantes da época, como o espetáculo Rosa de Ouro, e se consolida como uma das vozes mais sofisticadas do samba. Com letras poéticas e introspectivas, os arranjos misturam simplicidade e sofisticação.
Obra
A discografia de Paulinho é extensa e com forte influência, seus álbuns marcam a história da canção e da música brasileira do século XX. Entre elas, as mais conhecidas são: “Foi um rio que passou em minha vida”, “Coração Leviano”, “Argumento”, “Sinal Fechado”, “Meu mundo é hoje”. Paulinho não só se consagra como um dos maiores sambistas do Brasil, mas também como um maravilhoso compositor de choro, como por exemplo o Choro Negro.
A obra e a figura de Paulinho transita entre a malandragem e a elegância, com uma postura chamada de “refinada” muitas vezes. Não sei bem o que isso quer dizer, mas parece uma espécie de juízo de valor da branquitude. O trânsito dele entre o samba tradicional, a música de concerto e o choro, além de toda sua trajetória e história de vida se refletem na sua obra, absolutamente a frente de seu tempo e ao mesmo tempo “atrás” de seu próprio tempo.
Legado
Com mais de seis décadas de carreira, Paulinho da Viola é reverenciado como um dos maiores representantes da música brasileira. Seu trabalho influenciou gerações de músicos e sua dedicação ao samba e ao choro ajudou a preservar e renovar essas tradições. Ele é frequentemente elogiado pela profundidade lírica de suas canções e pela capacidade de expressar emoção e brasilidade em sua música.
Em mais de sessenta anos de carreira, Paulinho da Viola é referenciado como um dos maiores bambas do samba e da música brasileira. Seu legado em obra influencia e influenciou gerações e gerações de músicos, e sua dedicação ao samba e ao Choro ajudam a preservar e renovar as tradições, fomentando a celebração musical em renovação constante. Frequentemente a crítica elogia a profundidade lírica das canções do mestre e sua capacidade de expressar emoção em performance.
Pra mim, Paulinho é pura expressividade, emoção e simplicidade no que há de mais sofisticado: a complexidade humana, brasileira e popular.
Nessa aula dez, a gente vai ver como o Paulinho usa uma música simples em dó maior pra escrever um dos maiores clássicos do samba e também para cravar a forma do samba e sua estrutura harmônica. Por ter tantos elementos importantes e fundamentais pra quem estuda harmonia, essa música precisa ser tocada, e esse é o intuito dessa nossa aula. Em seguida, vou vir fazendoa a análise das cadências e escolhas harmônicas da canção.
Partitura disponível – Argumento – Paulinho da Viola:
Há várias gravações dessa música, algumas delas estão em Ré maior. Então vou deixar o vídeo de referência também, em Dó Maior:
Clique aí na aula 10 do curso de harmonia da canção brasileira e estude comigo a harmonia a partir desse repertório maravilhoso do nosso mestre Paulinho da Viola:
Aproveite e bons estudos, deixe o like lá no canal, comentários, se tem dúvidas comente aí.
Valeu!