Quando a gente tá aprendendo na internet, a maior dificuldade é se colocar no centro da aprendizagem, que é o lugar do aluno. Esse deveria ser o único lugar possível para o aluno em uma aula, e não o conteúdo ou o entretenimento. Professor não é alguém que passa conhecimento pra um outro ser que é tábula rasa, isso é coisa de séculos atrás. De qualquer forma, aprender pela internet significa que assistir mil vídeos de física não vão te fazer virar um físico, isso tem que ser exercitado pela práxis.
Aprendizagem é um processo que dói, é como um exercício na academia. Se você sente que tá fazendo esforço e que tá doendo, é porque provavelmente você está aprendendo e novos sulcos estão se formando no seu cérebro, novos caminhos, novas sinapses.
Antes de começarmos a tocar, queria que você fizesse uma proposta que aprendi com Steve Vai. Feche os olhos e:
- Se imagine em um lugar em que você gostaria de tocar;
- Veja as pessoas para as quais você gostaria de se ver tocando;
- Imagine qual música você está tocando;
- Construa essa imagem na cabeça e deixa ela nítida como a realidade;
Tocar consciente vai nos ajudar muito a entender harmonia, porque emancipa nosso pensamento e nos ajuda a entender o que já foi feito. Por isso, vamos usar algumas ferramentas pra poder nos ajudar nessa missão, e a análise é uma delas. Só nessa canção, a gente consegue estudar:
- Trilha;
- Dominantes secundários;
- ii-V-I;
- ii7b5-V7-i
Quando estamos no play mesmo no palco, é uma loucura. Gente bêbada pedindo música, um som que talvez desfavoreça, um imprevisto que acontece, o nervosismo. O palco e a performance não são momentos de estudo explícito, embora sejam a grande escola da música. Por isso, além de tocar, é legal a gente tocar pensando no momento certo para o estudo. Quando for separar em sua agenda um momento para estudar, desligue o celular, se resguarde um pouco antes, faça desse momento de estudo, o momento sagrado e íntimo entre você e o instrumento.
Vou pedir pra você uma tarefa:
Anote um repertório de 10 canções brasileiras que você quer tocar em até 6 meses.
Vamos perseguir esse repertório até ele estar embaixo da sua mão blz? Posta aqui nos comentários o seu.
Hoje você conseguiu notar que menos é mais e que podemos tocar acordes com menos notas, entregando muito pro cantor ou pra banda, porém tocando menos e de forma inteligente. De forma inteligente porque com pouco movimento, conseguimos aprender com Caymmi as inversões dos acordes da trilha em ré maior. É importante saber formas de acordes, mas é muito importante saber pensá-los e tocá-los para além disso. Ré maior é um dos tons mais carne de vaca que existem no universo, assim como mi menor. Por isso é importante debulhar esses tons mais clichês e suas progressões mais clichês.
Quer o PDF com as atividades da aula? Então toma
REFERÊNCIAS
CHEDIAK, Almir. Harmonia & Improvisação-Vol. 1 e 2. Irmãos Vitale, 1986.
CHEDIAK, Almir. Songbook Bossa Nova-Vol. 1. Irmãos Vitale, 2009.
CHEDIAK, Almir. Dorival Caymmi Songbook. Irmãos Vitale, 2010.
GUEST, Ian. Harmonia-Método Prático-Vol. 2. Irmãos Vitale, 2010.
Saravah – Pierre Barouh: Disponível em: <https://youtu.be/ZXJEMg5vT40>